O ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO (A.T.) COMO DISPOSITIVO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE – UM ESTUDO DE CASO
Palavras-chave:
Reforma Psiquiátrica. Acompanhamento Terapêutico. Estudo de caso.Resumo
O presente estudo de caso é um fragmento de um trajeto percorrido no território de uma Estratégia de Saúde da Família –ESF de uma cidade do planalto norte catarinense. A escolha deste caso aconteceu sobre a tentativa de resgate social e psicológico de uma utente de referência deste dispositivo do SUS que apresenta sofrimento mental significativo. Em vez de paredes, manuais nosológicos ou interpretações (in)eficazes que nos mostrassem como seguir, experimentemos sua própria casa, as ruas e os eventos, vivenciando o “estar junto’”, “a descoberta’” e a constante troca que emerge a cada acompanhamento terapêutico – AT, dando voz ao sofrimento e respeitando sua singularidade (CANATTO, 2006). O caso passou a ser acompanhado por indicação de cuidado de uma Agente Comunitária de Saúde – ACS pela preocupação ligada ao isolamento e queixas frequentes ligadas ao desmotivo a vida. Com a metodologia de estudo de caso promovendo a articulação entre a prática clínica e a teorização, e observação participante possibilitaram o acompanhamento de uma “historização de si” e dos espaços sociais que percorremos. De um lado, a paciente que pouco se permitia a circulação social e carregava consigo o desejo e o encantamento de (des)cobrir a cidade. De outro, uma equipe que tenta aproximar com o acompanhamento terapêutico o tratamento psicossocial da comunidade e acompanhar a paciente em situações e vivências andarilhas, desvinculando abordagem de uma clínica convencional, possibilitando o cuidado a se inserir na cidade. O AT demonstra-se um importante dispositivo para os cuidados em saúde mental, pois está apoiado na Lei 10.216/2001 e com respeito essa lei, esse estudo pode presenciar as dificuldades e surpresas que o meio social pode oferecer sobre a liberdade de ir e vir.