ENTRE PROTOCOLOS E REALIDADE: DESAFIOS DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NA REABILITAÇÃO DE LESÃO DO NERVO RADIAL
ESTUDO DE CASO
Palavras-chave:
Eletroterapia, Fisioterapia neuromuscular, Plasticidade neural, Reabilitação funcional, ReinervaçãoResumo
O nervo radial é responsável pela inervação motora dos músculos extensores do punho e dos dedos, sendo comumente acometido por lesões traumáticas que comprometem a função e a sensibilidade do membro superior. A estimulação elétrica funcional (FES) tem se mostrado um recurso promissor na reabilitação neuromuscular, embora os parâmetros ideais de aplicação ainda não estejam totalmente definidos. O presente estudo teve como objetivo analisar as respostas motoras obtidas a partir da aplicação de diferentes combinações de frequência e largura de pulso da FES em um caso de lesão distal do nervo radial direito. Trata-se de um estudo experimental de caso, com abordagem quantitativa e descritiva, realizado em ambiente clínico. O participante, do sexo masculino, 27 anos, apresentou histórico de trauma com secção do nervo radial em dezembro de 2024, resultando em déficit de extensão de punho, polegar e dedos. Os parâmetros de frequência (20, 30 e 50 Hz) e largura de pulso (100 e 250 µs) foram definidos com base em protocolos descritos na literatura para estimulação de músculos parcialmente desnervados. Observou-se que as respostas motoras foram discretas e variáveis entre os parâmetros testados, com predominância de flexão de punho e dedos e contrações isométricas leves e oscilantes nos extensores, sem aumento expressivo de força ou amplitude. A presença de uma cicatriz proximal coincidente com o trajeto do nervo radial limitou o posicionamento dos eletrodos e possivelmente influenciou as respostas observadas. Conclui-se que a FES apresenta potencial para estimular músculos parcialmente reinervados, sendo recomendada a continuidade de estudos que explorem diferentes parâmetros e sua relação com o estágio de regeneração neural, a fim de subsidiar protocolos clínicos mais eficazes
