Avaliação de compatibilidade sanguínea através do teste de reação cruzada em felino

Estudo de caso

Resumo

A transfusão sanguínea é uma terapia emergencial com efeito benéfico e transitivo, utilizada na correção de quadros de anemia que tragam riscos a vida do animal. A questão é que os animais apresentam grupos sanguíneos distintos que nem sempre são compatíveis, resultando em reações hemolíticas que podem ser fatais. Felinos naturalmente apresentam aloanticorpos responsivos a grupos sanguíneos que não sejam iguais ao seu, desta maneira podem apresentar reações hemolíticas na primeira transfusão sanguínea. O presente trabalho baseia-se em um estudo de caso de um felino atendido na Clínica Veterinária Escola pertencente a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, visando identificar a compatibilidade entre o sangue total do paciente receptor e os doadores potenciais. O objetivo do estudo é demonstrar a importância do teste de compatibilidade sanguínea através das provas de reação cruzada visando prevenir a transfusão sanguínea entre animais incompatíveis, diminuindo o desenvolvimento de reações transfusionais agudas. O teste demanda um tempo considerável para ser concluído, mas seu emprego é fundamental na medicina transfusional, principalmente nos casos que a tipagem sanguínea dos animais não é possível, podendo ser realizado em quase todos os laboratórios por precisar apenas de materiais de fácil acesso, não necessitando de reagentes específicos para realização. A compatibilidade sanguínea nas provas de reação cruzada está associada a concentração de aloanticorpos encontrados no sangue. Esse teste é capaz de demonstrar reações transfusionais agudas, mas pode ser considerado limitado por não associar a possibilidade de complicações tardias ocasionadas em animais com baixa titulação de aloanticorpos ou ainda em resposta a antígenos presentes em leucócitos, plaquetas ou outras proteínas dissolvidas no plasma do doador.