LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA: RELATO DE CASO
Resumo
A Leishmaniose Visceral Canina é considerada uma das principais zoonoses em nosso país e acomete espécies de mamíferos domésticos e silvestres, inclusive o homem. O principal reservatório da forma visceral é o cão, que pela proximidade com o ser humano coloca em risco a saúde da população tanto humana quanto canina que moram em áreas de circulação do protozoário. A transmissão ocorre normalmente pela picada dos flebotomíneos (Lutzomyia longipalpis) conhecido popularmente como o “mosquito palha” infectado com o protozoário. Pode ser manifestada com um amplo espectro de apresentações e em diferentes níveis de gravidade, não havendo sinais específicos ou patognomônicos da enfermidade. Em relação às alterações laboratoriais também são consideradas inespecíficas, e podem estar relacionadas à problemas secundários ocasionados pela própria doença e/ou por comorbidades presentes. É realizado o estadiamento clínico da doença, sendo divididos em estágios clínicos que vão do I ao IV, em nosso país é seguido a distribuição por classes baseada no tipo e intensidade das alterações clínicas e laboratoriais segundo a classificação proposta pelo grupo LeishVet. Não há nenhum diagnóstico considerado 100% sensível e específico, cada um deles possui vantagens e desvantagens, sendo assim indicados dependendo dos aspectos clínicos e laboratoriais de cada paciente. O tratamento era ilegal até 2013, sendo assim necessário realizar a eutanásia dos animais, porém ocorreu a autorização do tratamento pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região em todo o país, desde que não se utilizassem medicamentos para o tratamento da leishmaniose humana, porém o tratamento não elimina totalmente a carga parasitária dos animais, e trata-se de uma zoonose.